Dia Mundial sem Tabaco

Fumicultura = enfermidades, sofrimentos e mortes.

A cultura do tabaco exerce uma relação de verdadeira e profunda identidade em causar prejuízos para a Sociedade.

As cidades que mais produzem tabaco em nosso País estão no Rio Grande do Sul. Nosso estado possui sete dos 10 maiores Municípios produtores de tabaco do Brasil: Canguçu, São Lourenço, Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Candelária, Camaquã e Vale do Sul.

Para o cultivo do fumo e a industrialização do cigarro são destruídas enormes áreas de mata que seriam utilizadas para agricultura ou criação de gado. O emprego de agrotóxicos e a própria cultura do tabaco contaminam o solo, as águas e inclusive o lençol freático. O Instituto Nacional do Câncer registra que 15 a 25% dos incêndios, rurais ou urbanos, são provocados pelas bitucas jogadas no ambiente.

Em 2005 foram desmatados 439.220 hectares para o plantio (monocultura) do fumo, esta área fica inutilizada para outras culturas. Para a secagem do volume de fumo colhido (842.990 toneladas) foi necessário queimar 7,8kg de madeira para curar (secagem) de cada 1 kg de fumo. A degradação ambiental está cada vez mais intensa. A Organização Mundial da Saúde estima que 12% do corte de árvores no mundo é consequência da cura do tabaco.

Durante a industrialização do fumo para confecção dos cigarros a indústria tabageira propositadamente adiciona mais de 7.000 produtos químicos, 50 deles comprovadamente cancerígenos. Estão inclusos também sabores variados de frutas para transformar o fumo mais palatável para de imediato tornar o pequeno usuário em mais um dependente da nicotina. A nicotina é conhecida pela Ciência como a substância química com o maior poder de causar dependência até hoje já estudada _ dependência química, psíquica, psíquica e comportamental que tem seu início na infância.

Para a comercialização as carteiras de cigarros multi coloridas atrativas para jovens são expostas em prateleiras juntamente com balas, bombons e chocolates, está feita _ a verdadeira pegadinha! Os preços são ridiculamente acessíveis. Para crianças que trazem algumas moedas, em alguns locais, existe a possibilidade de comprar “a granel”, é crime este tipo de venda, com o agravante de vender para menores de 18 anos.

Pesquisas comprovam que a iniciação ao uso do fumo começa próximo aos 14 anos de idade, portanto “Tabagismo é uma Doença Pediátrica”. Este início precoce ocorre muitas vezes pela tendência dos jovens buscarem exemplo nos Pais e familiares, nos Professores, em ídolos das artes ou dos esportes _ “nem tudo está perdido, um familiar, professor, um artista ou até mesmo um agente de saúde fumante também serve como mau exemplo”.

433 pessoas morrem por dia no Brasil devido ao tabagismo, são mais de 156 mil mortes por ano devido ao tabaco. O tabagismo custa ao nosso Sistema de Saúde cerca de R$85 bilhões anualmente. Aproximadamente 30% das internações hospitalares, no Brasil, estão diretas ou indiretamente relacionadas ao tabagismo.

Segundo dados do Instituto de Pesquisas e Opinião (IPO – 2019), em Pelotas 25% da população é fumante ativa. Esta investigação registrou que atualmente 74 mil pelotenses fumam em média 13 cigarros por dia.

A “cadeia de produção do tabaco” _ desmatamento, plantio, adubação, secagem, industrialização, comércio, consumo e descarte (bitucas), NÃO contempla positivamente, em absoluto, de modo algum para o Desenvolvimento Sustentável da nossa Região!

Por oportuno salientamos os objetivos do “Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE” fundado em 15 de junho de 1961 pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com o objetivo de fazer o Sul do Brasil prosperar”. https://www.brde.com.br/quem-somos/

Pelo exposto solicitamos as nossas Lideranças Regionais angariar recursos junto aos Órgãos Públicos e Privados com objetivos de implantar alternativas economicamente viáveis para substituir o cultivo do fumo nos municípios da Região Sul, já previsto no Artigo 17 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabagismo (http://actbr.org.br/cqct) e pelo Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco.

Roni Quevedo – Médico – Homeopata.